domingo, 28 de março de 2010

o consolador prometido - espiritismo



O Espiritismo é reconhecido pelos seus adeptos, como sendo “O Consolador que Jesus prometera enviar aos homens”.
Baseando-se no que o Mestre disse, segundo consta no Evangelho de João, no capítulo 14, nos versículos de 15 a 17 e 26, podemos ver o seguinte texto:
“Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”.
O Espiritismo como se sabe, é uma doutrina filosófica, cujos fundamentos estão centrados em fatos concretos e leis naturais ainda desconhecidas, ressaltando disso o seu aspecto científico.
No entanto, essa doutrina, modificando profundamente o pensamento do homem sobre a sua natureza, abrange todas as questões sociais, e conseqüentemente as questões religiosas.
Emanuel, o sábio mentor de Chico Xavier, em seu esclarecedor livro “O Consolador”, nos relata que o Espiritismo possui um tríplice aspecto de ser ao mesmo tempo, Ciência, Filosofia e Religião.
Vejamos este trecho:
Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado desse modo, como um triângulo de forças espirituais.
A Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino que a liga ao céu”.¹
Equivocar-nos-íamos enormemente, se pensássemos que a tarefa do Mestre estivesse limitada àqueles períodos da Palestina.
Ele está atento todo o tempo, em relação aos destinos humanos, e sabe que não seria fácil para os homens o caminho da evolução espiritual, por isso prometera que enviaria mais tarde um Consolador, como vimos anteriormente, no Evangelho de João, para relembrar o que Ele dissera e nos ensinar todas as coisas que não poderiam ser entendidas naquela época. Em outras palavras: Futuramente, ele daria ao homem, um Consolador que prometera outrora, o qual se tornaria, a terceira revelação, que, a nosso ver, não é outra coisa senão a Doutrina codificada por Kardec.
Este não poderia apresentar-se como um ser encarnado, pois o corpo de carne é perecível.
Vemos na Doutrina Espírita, o Consolador prometido, pois ele cumpre aquilo que O Mestre Nazareno prometera. Ou seja: o conhecimento que faz que o homem saiba de onde vem, para onde vai e porque está neste planeta; faz com que a dureza das provações se torne menos difícil, pois acende em cada um a luz da esperança; além de despertar em cada um o sentimento de religiosidade natural que abre mão de dogmas, templos e hierarquias sacerdotais, fazendo com que o mesmo, dê mais importância às obras, do que à fé.
Uma das principais características do Espiritismo, é que ele nos aproxima do Supremo Arquiteto do Universo, assim como daquele que é o seu maior mensageiro aqui na Terra; Jesus, O Cristo.
Seguindo estes raciocínios, perguntaremos a todos:
Porque Deus, que é Onipotente, Onisciente e Onipresente, Soberanamente Justo e Bom, enviaria a este planeta um homem apenas, para esclarecer mais de 6 bilhões de seres humanos, quando pode fazê-lo através de “diversos enviados de sua parte”, para confundir os orgulhosos e lembrar de maneira mais precisa que somos todos Espíritos em trânsito para a evolução?
A Doutrina Espírita, cumpre a promessa de Jesus, ensinando aos homens a observância das leis morais, e fazendo-os compreender o que o Cristo havia dito por parábolas.
O Mestre Nazareno disse-nos no Evangelho do apóstolo Mateus:
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. (Mt 11,15).
O Espiritismo vem-nos abrir os olhos e ouvidos, porque fala-nos tudo clara e logicamente.
Levanta-nos o véu que há sobre certos mistérios.
Consola a todos aqueles que sofrem, dando-lhes uma causa justa em relação aquilo que estão passando no momento.
Se Jesus não falou tudo que teria para dizer, é que acreditava dever deixar certas verdades na sombra até que os homens estivessem prontos para compreendê-las.
Isto fica-nos claro, na seguinte passagem bíblica, a qual se encontra logo a seguir, e que está no Evangelho de João:
Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora”. (Jo 16,12).
Para nós, esta é uma prova incontestável da necessidade de aguardar-se a evolução da humanidade, a fim de que esta pudesse suportar certos conteúdos que não poderiam ser compreendidos na época do Cristo.
Segundo ele mesmo declarou, seus ensinamentos estavam incompletos; e mais ainda, anunciava a vinda daquele que os deveria completar, dizendo-nos também as seguintes palavras no Evangelho de Marcos:
"Passará o Céu e a Terra, mas as minhas palavras não passarão”. (Mc 13,31).
Alguns pensam que é uma pretensão dos que professam o Espiritismo, conferir ao mesmo o título de Consolador.”
No entanto, este nos fornece todas as respostas que falam aos nossos corações, consolando-nos e preenchendo as lacunas deixadas pela cultura humana.
A conclusão que chegamos, é que: se o Espiritismo cumpre tudo aquilo que Jesus prometeu-nos, e se além disso, a Doutrina Espírita dizendo-nos de onde viemos, para onde vamos e o que estamos fazendo na Terra, ensinando-nos ainda, como devemos viver neste planeta, não pode ser pretensão nossa dizer que a religião codificada por Allan Kardec é realmente “o consolador prometido pelo Cristo”.
Mas se alguém considerar que seja mesmo uma afirmação pretensiosa, então teremos que também, considerar como pretensão o fato de Jesus ter dito que ele é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14:6).
Somente através de uma reforma íntima persistente, sendo esta consecutivamente ampla e constante, é que nós alcançaremos bem-aventuranças maiores tanto na Terra, quanto no Céu.
Bem, como nos disse um Espírito israelita, em Mulhouse, no ano de 1861.
“Moisés abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá”.²
FIM
Publicado na revista “Reformador” do mês de outubro, nº 2131, pp. 22 e 23.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 XAVIER, F. C. O Consolador, (definição), Rio de Janeiro FEB, 2003, p. 19.
2 KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo, (capítulo 1, item 9), Rio de Janeiro, FEB, 1996, p, 60




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